Qual a Real Razão da Rede Globo estar Abordando o Tráfico de Mulheres na Novela Salve Jorge?




Estava pensando estes dias, seria a rede globo tão benevolente em querer divulgar e combater o tráfico de mulheres, através da novela Salve Jorge e consequentemente todos os outros programas da rede?

Sabendo o que sabemos sobre a NOM e a Globo, haveria de ter outra motivação para a rede globo introduzir este assunto na novela das 8. Estes dias, em um destes programetes um artista fez um comentário que me deixou com uma pulga atrás da orelha, e desconfiado da verdadeira razão da Globo estar abordando este assunto, já que sabemos que a benevolência não é o seu forte.

A real razão, na minha humilde opinião, seria preparar o caminho para legalizar a prostituição no Brasilaproveitando a chegada de milhões de turistas para a Copa do Mundo e Olimpíadas, detonando com qualquer resquício de moral que ainda exista no país. A abordagem do tráfico de mulheres serviria para pressionar a população a aceitar, ou até mesmo exigir, a legalização e regulamentação da prostituição. Afinal, quem não iria aceitar a legalização da prostituição quando é apresentado como única outra opção o tráfico de mulheres?

O detalhe é que mesmo os países que tem a prostituição legalizada ainda tem problema de tráfico ilegal de mulheres.

Apenas ressaltando que sou totalmente contra o tráfico de mulheres e solidário com os que sofrem com este problema, bem como com as pessoas que acabam caindo na prostituição.

Recomendo que leiam também este tópico do Fórum Anti-NOM.

A questão da legalização da prostituição para a Copa do Mundo já tinha sido discutida neste tópico do Fórum, mas não por este ponto de vista.Abaixo dois artigos sobre o projeto de lei em andamento que visa legalizar a profissão de prostituta e um ótimo texto sobre o assunto.
---------------------------------------

Deputado quer aprovar até a Copa projeto de lei que regulariza a prostituição no Brasil

De olho no aumento da exploração sexual durante a Copa do Mundo de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016, o deputado federal Jean Wyllys (PSOL-RJ) protocolou um projeto de lei na Câmara dos Deputados para regularizar a profissão das prostitutas.


Ele quer que a proposta seja aprovada até 2014, para evitar a proliferação de casos como o divulgado no último dia 10, quando uma jovem conseguiu fugir de uma casa onde era explorada sexualmente e mantida em cativeiro, em São Paulo.


---------------------------------------

Jean Wyllys (PSOL/RJ) e sociedade civil discutem PL que visa regulamentar a prostituição e fortalecer a cidadania de profissionais da área


O Deputado Jean Wyllys (PSOL/RJ) se reuniu, na manhã dessa segunda-feira, com representantes da organização da sociedade civil Da Vida e pesquisadores sobre prostituição para discutir a proposta de um Projeto de Lei que regulamenta a prostituição e desenvolve estratégias para o fortalecimento da cidadania de profissionais da prostituição. Participaram da reunião Gabriela Leite, prostituta fundadora e Secretária Executiva da instituição, Flavio Lenz, fundador e assessor de Imprensa, Friederick Strack, consultora e José Miguel Nieto Olivar, pesquisador da prostituição nas fronteiras.

Foram discutidos temas relacionados ao preconceito e discriminação dessa atividade tradicional e secular, estigma, importância do fortalecimento do combate à exploração sexual de crianças e adolescentes, revisão de artigos do código penal brasileiro, necessidade diferenciação entre movimentos nacionais e internacionais para prostituição voluntária e tráfico de pessoas para fins de exploração sexual, políticas públicas, entre outros.

O projeto de lei, baseado na lei alemã que regulamenta as relações jurídicas das prostitutas (Gesetz zur Regelung der Rechtsverhältnisse der Prostituierten – Prostitutionsgesetz – ProstG) e no Projeto de Lei 98/2003 do ex-Deputado Federal Fernando Gabeira, que foi arquivado, e no PL 4244/2004, do ex-Deputado Eduardo Valverde, tem como um dos pontos principais garantir que o exercício da atividade do profissional do sexo seja voluntário e remunerado, tirando assim esses e essas profissionais de um submundo de marginalização.

Segundo a justificativa do PL, a prostituição é “atividade cujo exercício remonta à antiguidade, e que, apesar da exclusão normativa e da condenação do ponto de vista dos “bons costumes”, ainda perdura”. “A mesma sociedade que desaprova a prostituição a utiliza”, diz Wyllys. “Essa hipocrisia e moralismo superficial causa injustiças, a marginalização de um segmento considerável da sociedade e também a negação de direitos aos profissionais cuja existência nunca deixou de ser fomentada. Desenvolver a cidadania das e dos profissionais de prostituição caminha no sentido da efetivação da dignidade humana”.

A justificativa do PL se baseia, também, em um dos objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil, que é a erradicação da marginalização (art. 3º inciso III da CRFB) e o da promoção do bem de todos (art. 3º, inciso IV), explica Wyllys. “O atual estágio normativo, que não reconhece os trabalhadores do sexo como profissionais é inconstitucional e acaba levando e mantendo esses profissionais no submundo, na marginalidade. Precisamos resgatá-los para o campo da licitude”, diz.

Os participantes sistematizarão os pontos que consideram fundamentais na proposição do PL e voltarão a se reunir para a continuidade do trabalho.

FonteSite de Jean Wyllys

---------------------------------------

Vamos ver quem são estas pessoas, a sociedade civil de acordo com a matéria, que estão trabalhando junto com Jean Wyllys, a maioria sendo paga com o dinheiro público:

Gabriela Silva Leite

Gabriela Silva Leite (São Paulo, 22 de abril de 1951) é ex-prostituta brasileira.

Foi prostituta da Boca do Lixo, em São Paulo, Zona Bohemia, em Belo Horizonte e da Vila Mimosa, no Rio de Janeiro, Estudou ciências sociais na Universidade de São Paulo mas não chegou a concluir , começou a cursar em 1969. Fundou a ONG Davida, que defende os direitos das prostitutas, a regulamentação da profissão e é [n]contra a idéia de vitimização, de tratar a prostituição apenas como falta de opção para mulheres em situação de pobreza[/n].

É também a idealizadora da grife Daspu, desenvolvida por prostitutas, e cujo nome é uma provocação à Daslu, a maior loja de artigos de luxo do Brasil, pertencente à empresária Eliana Tranchesi.

fonte

---------------------------------------
Flavio Lenz

Daspu – a moda sem vergonha, de Flavio Lenz

DasPu – a moda sem vergonha, Flavio Lenz, faz parte da Coleção Tramas Urbanas, com curadoria de Heloisa Buarque de Hollanda, epatrocínio da Petrobras. Moda de rua, para puta e para perua. Por meio de relatos bem-humorados, o jornalista Flavio Lenz, conta a inusitada história da grife criada pela ONG de defesa dos direitos das prostitutas, Davida, com a intenção de, através da moda, criticar a visão estereotipada das prostitutas, dar visibilidade ao movimento da categoria, sacudir o preconceito e a caretice e, claro, vender roupas para gerar recursos. O resultado é um livro engajado, político e instigante sem em momento algum ser tradicional, acadêmico e chato

Fonte
---------------------------------------

José Miguel Nieto Olivar

José Miguel Nieto Olivar é comunicador social, escritor e antropólogo social, pesquisador de pós-doutorado no Núcleo de Estudos de Gênero PAGU da Universidade de Campinas. Desde há 13 anos trabalha em pesquisa e educação em temas de sexualidade, gênero e direitos humanos na Colômbia e no Brasil, e nos últimos anos tem se dedicado principalmente aos temas de prostituição e mercados do sexo em fronteiras territoriais.


Obras:

BANQUETE DE HOMENS PDF
Sexualidade, parentesco e predação na prática
da prostituição feminina*

A Cidade das Putas PDF
José Miguel Nieto Olivar (UFRGS)

E para quem se perguntaria "Mas legalizar a prostituição não é uma coisa boa?", copio abaixo este texto citado no fórum.
---       FONTE   NOVA ORDEN MUDIAL