A Grande Tribulação

O período escatológico chamado de “Tribulação” é uma época sem precedentes na história humana (Mt 24.21), sendo o período de 7 anos identificado como a 70ª semana de Daniel.[1] O sofrimento infligido nesse período terá abrangência mundial (Ap 3.10). Isso torna a Tribulação um evento ímpar no estudo teológico.

1 – O INÍCIO DA TRIBULAÇÃO
  • O início desse período se dará quando “um príncipe que há de vir” (Dn 9.26) fizer “firme aliança com muitos” (Dn 9.27). Tal homem também é identificado, em outras partes, como o “chifre pequeno” (Dn 7.8,24,25) e como “homem da iniquidade” (2Ts 2.3);
  • Ele, que liderará uma coalizão de nações ocidentais naqueles dias, fará também uma aliança com Israel trazendo paz aos judeus. Devido a essa paz, o Templo será reconstruído na primeira parte da Tribulação (Dn 9.27 prevê que na primeira metade da Tribulação haverá “sacrifícios” em Israel, atividade feita exclusivamente no Templo);
  • Os primeiros 3½ anos terminarão com o “homem da iniquidade” declarando ao mundo sua divindade e se “assentando no santuário de Deus” (2Ts 2.4), possivelmente uma referência ao Templo de Israel.

2 – OS JUÍZOS
Apocalipse 6–19, texto que trata do período da Tribulação, descreve três sequências de juízos: selos, trombetas e taças, cada um em número de sete eventos. Se as três sequências se sucedem cronologicamente, se elas se sobrepõem, ou, ainda, se as trombetas e as taças são descrições dos selos, isso é matéria para muita discussão e muitas dúvidas.
            A) Os selos
1)     Primeiro selo (Ap 6.1,2): cavaleiro no cavalo branco que sai para conquistar. Pode indicar, bem no início da Tribulação, o domínio crescente do poder do “homem da iniquidade”. Esse domínio acontece bem quando as pessoas falam em “paz e segurança” (1Ts 5.3);
2)     Segundo selo (Ap 6.3,4): cavaleiro no cavalo vermelho portando uma grande espada, trazendo o fim da paz e guerra entre os homens;
3)     Terceiro selo (Ap 6.5,6): cavaleiro no cavalo preto com uma balança na mão, a qual representa um forte racionamento de comida devido a uma fome rigorosa.
4)     Quarto selo (Ap 6.7,8): cavaleiro, chamado Morte, no cavalo preto. Ele traz morte, por meio da guerra, fome e pestes, a 1/4 da população mundial;
5)     Quinto selo (Ap 6.9-11): iniciam-se a perseguição e o martírio daqueles que testemunharam o nome de Cristo na Terra.
6)     Sexto selo (Ap 6.12-17): haverá eventos catastróficos como um grande terremoto, o escurecimento do Sol e da Lua, chuva de meteoros, montes e ilhas removidos do lugar e algo nos céus que dará aos homens a ideia nítida do juízo que Deus lhes envia;
7)     Sétimo selo (Ap 8.1-6): Um grande silêncio, por meia-hora, seguido por trovões e terremotos que introduzem os sete juízos denominados “trombetas”.
            B) As trombetas
1)     Primeira trombeta (Ap 8.7): fogo misturado a sangue cai do céu e queima 1/3 da terra, das árvores e das plantas;
2)     Segunda trombeta (Ap 8.8,9): algo de natureza inexplicável causa a destruição de 1/3 do mar, da vida marinha e das embarcações.
3)     Terceira trombeta (Ap 8.10,11): 1/3 da água potável é afetado trazendo grande sede e morte aos homens;
4)     Quarta trombeta (Ap 8.12,13): danos causados ao Sol, à Lua e às estrelas provocando perda de luz para a Terra tanto de dia como de noite;
5)     Quinta trombeta (Ap 9.1-12): primeiro “ai”. Difícil de definir do que exatamente se trata o abismo e os gafanhotos, visto que Ap 9 é o capítulo que mais contém a palavra “como”, introduzindo símiles no lugar de uma descrição literal dos fatos. De qualquer modo, haverá, por 5 meses, um tormento indescritível sobre os incrédulos;
6)     Sexta trombeta (Ap 9.13-21): segundo “ai”. Haverá a morte de 1/3 da população mundial.[2]
7)     Sétima trombeta (Ap 11.15-19): Terceiro “ai”. Há um anúncio de que o fim está próximo e que é chegado o momento do Senhor reinar na Terra. Mesmo assim, ainda haverá 7 taças da ira de Deus a serem derramadas, talvez, nas últimas semanas da Tribulação (Ap 16.1-21), sendo que todas as taças são derramadas ao mesmo tempo sobre a Terra (Ap 16.1).
            C) As Taças
1)     Primeira taça (Ap 16.2): feridas terríveis acometem os incrédulos;
2)     Segunda taça (Ap 16.3): destruição do mar e morte completa dos seres marinhos;
3)     Terceira taça (Ap 16.4-7): toda a água potável será afetada trazendo um juízo tremendo pelo sangue dos justos que foi derramado;
4)     Quarta taça (Ap 16.8,9): a intensidade dos raios solares é tão grande que passa a queimar os homens;
5)     Quinta taça (Ap 16.10,11): algo descrito como “o trono da besta será afetado e seu reino ficará em trevas” causará ódio ainda maior dos incrédulos por Deus;
6)     Sexta taça (Ap 16.12-16): o rio Eufrates secará. De certo modo, isso facilitará a travessia dos exércitos dos reis do Oriente (cf. Dn 11.44);
7)     Sétima taça (Ap 16.17-21): completam-se todas as coisas e ocorre o maior terremoto de todos os tempos causando inúmeras destruições. Caem dos céus, também, pedras de cerca de 35 quilos provocando terrível destruição e blasfêmias contra Deus por parte dos incrédulos.

3 – OUTROS EVENTOS DA TRIBULAÇÃO
A) Os remidos
Quando o quinto selo é aberto (Ap 6.9-11) iniciam-se a perseguição e o martírio daqueles que testemunharam o nome de Cristo na Terra. Sabendo que todos os crentes foram arrebatados antes da Tribulação, podemos notar esses que serão perseguidos crerão em Cristo durante aquele período.
Portanto, o evangelho será pregado nessa época possivelmente pelos servos de Deus que foram selados. Trata-se de 144 mil judeus solteiros do sexo masculino (Ap 7.3-814.1-4) e são chamados de “servos do nosso Deus”.
Eles certamente não serão os únicos a pregar naqueles dias. Outros pregarão e serão perseguidos e mortos (Mt 24.9).[3] Mesmo assim, o evangelho será pregado por toda parte e haverá conversões (Mt 24.14).
B) Ataque frustrado a Israel
Durante o período de aparente paz (provavelmente no final dele), uma confederação do norte atacará Israel (Ez 38–39). Os possíveis participantes, segundo Ez 38.1-6, são Rússia (Gogue e Magogue), Irã (Pérsia), Sudão (Etiópia), Líbia (Pute), Ucrânia (Gômer), Turquia e Síria (Togarma). Esse ataque ocorrerá depois do tratado de paz, quando os israelitas habitarem sua terra tendo retornado do exílio mundial. Haverá protestos da parte do Ocidente e da Arábia Saudita (Ez 38.13).[4] Essa coligação será derrotada por intervenção divina (Ez 38.21,22) e levará 7 meses para enterrar os mortos (Ez 39.12). Tal destruição dos inimigos causará um grande testemunho para o mundo e para os israelitas incrédulos (Ez 38.2339.7,13,21-24). É possível que esse evento tanto traga o “homem da iniquidade” para atuar dentro da Palestina como produza conversões entre os israelitas e a consequente perseguição do “homem da iniquidade” por desejar uma adoração que não pode mais ter devido à fé dos que creram.
C) As duas testemunhas
Durante a primeira metade da Tribulação, duas testemunhas desenvolverão uma atividade de proclamação como de profetas (Ap 11.3-13). Farão isso por 1.260 dias (primeiros 3½ anos da Tribulação) e parecem exercer poder sobre a natureza (vv.3-6). Cumprida sua tarefa e seu tempo, a besta (o homem da iniquidade) vai vencê-las e deixar seus corpos expostos em uma praça de Jerusalém (vv.7-9). Durante 3 dias e meio, haverá festa pela morte das testemunhas, mas, ao final disso, elas serão ressuscitadas e levadas ao céu. Um décimo da cidade será destruído causando a morte de 7 mil pessoas (vv.10-13).
D) Atuação do homem da iniquidade (a besta)
A primeira parte da Tribulação tem o “homem da iniquidade” como um líder capaz de resolver problemas entre nações trazendo-lhes paz. Entretanto, o evento descrito em Dn 9.27 demonstra seu real caráter e dá início à segunda metade da Tribulação.
A partir de então, a besta se assentará no santuário de Deus e como Deus se apresentará, exigindo ser adorado (2Ts 2.3,4). Não é sem motivo que a besta se apresentará como Deus, pois Satanás lhe dará poder e autoridade (Ap 13.2), além de poderes sobrenaturais (2Ts 2.9). Durante essa época, a besta será “ferida de morte”, mas sua recuperação inacreditável fará com que seja seguida por muita gente, que também adorará a Satanás (Ap 13.3,4).
Na sequência, nos próximos 42 meses (3½ anos), a besta agirá com poder e engano, perseguindo e vencendo os crentes e sendo adorada pelo mundo todo (Ap 13.5-8). Haverá também, por parte do homem da iniquidade e das nações que o servem, a perseguição e destruição da igreja apóstata/ecumênica (Ap 17.16).
E) A segunda besta (falso profeta)
Para promover seus intentos e a adoração a si, a primeira besta (o homem da iniquidade) faz surgir uma segunda besta (falso profeta). A segunda besta em momento algum promove a si mesma, mas ao homem da iniquidade (Ap 13.11-18). Tem a autoridade da primeira besta e realiza sinais (vv.12,13). Vai exaltar o fato de a primeira besta não ter sucumbido diante da ferida mortal (v.14).[5] Fará uma imagem da besta e lhe dará vida (ou a aparência de uma imagem viva) a fim de atrair adoração (v.15). Finalmente, cria uma marca que somente os adoradores da besta receberão e com a qual poderão realizar operações comerciais (vv.16-18).
F) A igreja apóstata/ecumênica
No período da Tribulação, atuará uma igreja apóstata (será disso que trata a apostasia de 2Ts 2.3?) chamada de grande meretriz.[6] Apocalipse 17 fala sobre tal igreja demonstrando se tratar de uma instituição rica (v.4), modelo de outras instituições ligadas a ela (v.5), que se alegra com a perseguição e morte das testemunhas de Jesus (v.6). Essa instituição tem uma abrangência mundial (v.15) e sucumbirá diante do homem da iniquidade e das nações a ele associadas (v.16).
4 – O ARMAGEDOM
No final da Tribulação, reinos do Norte e do Leste virão sobre Israel, facilitados pela seca do Eufrates, à planície de Esdraelon, defronte ao monte Megido (do hebraico har megiddô). Trata-se de um vale que mede cerca de 30 x 20 km. Outros locais de conflito serão Jerusalém (Zc 12.914.1214.4) e Bozra – atual Petra – (Is 63.1-6). Essas três regiões compreendem o Norte, o Centro e o Sul de Israel, respectivamente.
No meio da batalha, o Senhor Jesus voltará com seus exércitos celestiais e derrotará os exércitos terrenos (Ap 19.11-21). O morticínio será indescritível (Ap 14.2019.17,18).


[1] Alguns textos que favorecem a ideia de que esse período, chamado por Daniel de “semana” é, na verdade, um período de 7 anos e não de 7 dias são Dn 7.2512.7,11-12 e Ap 11.2,312.6,14; e 13.5, referindo-se a uma parte da Tribulação como um período de 3 anos e meio. Mediante Dn 12.11, sabendo que 1.260 dias são iguais a 3 1/2 anos, os 30 dias para completarem os 1.290 dias provavelmente correspondem ao tempo necessário para todos os julgamentos que acontecerão depois da Segunda Vinda – Ez 20.33-44Jl 3.2,3; Mt 25.32 – e os 45 dias que completarão os 1.335 dias provavelmente correspondem ao tempo que precederá o início do reino milenar.
[2] No 4º selo, a morte vem a 25% da população, restando apenas 75%. Na 6ª trombeta morrem 1/3 dos 75%, ou seja, outros 25%. Somando o 4º selo com a 6ª trombeta, 50% da população que adentra a Tribulação estará morta por meio desses dois juízos. Levando em conta as mortes, mesmo que menos numerosas, causadas pelos outros selos e trombetas, mais da metade da população mundial estará morta depois da 6ª trombeta.
[3] Notar que Mt 24.6-8 parece descrever a metade da Tribulação.
[4] Sabá e Dedã são terras na região da Arábia Saudita (Is 21.13; 60.6, cf. Gn 25.3).
[5] Um dos pontos da pregação cristã visando à adoração de Jesus como Deus é a apresentação da ressurreição do Senhor como sinal da sua divindade. É possível que a segunda besta utilize esse evento do mesmo modo.
[6] É comum nas Escrituras a adoração falsa ou voltada a outros deuses ser nomeada de “prostituição” e “adultério”.

fonte google

Grande tribulação

Grande tribulação

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Escatologia cristã
Diferenças escatológicas
Apocalypse vasnetsov.jpg
Portal do cristianismo
A expressão Grande Tribulação (do grego θλιψις μεγαλη) é um termo bíblico que descreve o período aflitivo que antecederia a presença de Jesus Cristo e por consequência julgamento por parte de Deus ou Armagedon.
A sua primeira ocorrência deriva-se da resposta de Jesus aos seus dicípulos quanto ao "sinal de sua presença e terminação do sistema de coisas", descrevendo um período de grande tribulação (ou aflição) "tal como nunca ocorreu desde o princípio do mundo até agora, não, nem tampouco ocorrerá de novo" (Mateus 24:3, 21 -TNM - Tradução do Novo Mundo).
Há essencialmente três pontos de vistas principais baseados no conceito da Grande Tribulação:
  • o ponto de vista dispensacionalista ou futurista que interpreta essa tribulação como parte de profecias bíblicas a ocorrer no futuro que culminarão no fim dos tempos ou Armagedon;
  • o ponto de vista preterista ou passado, que aponta exclusivamente a tribulação ocorrida em 70 Depois de Cristo, sobre Jerusalem;
  • o ponto de vista historicista, similar ao preterista, mas associa os eventos passados e acredita em um cumprimento futuro baseado nessas evidências.

Principais textos bíblicos referentes a esse evento[editar | editar código-fonte]

Cquote1.svg… pois então haverá grande tribulação, tal como nunca ocorreu desde o princípio do mundo até agora, não, nem tão pouco ocorrerá de novo.Cquote2.svg
Evangelho segundo Mateus, 24:21
Cquote1.svg… pois estes dias serão dias de tribulação tal como nunca ocorreu desde o princípio da criação, que Deus criou, até esse tempo, nem ocorrerá de novo.Cquote2.svg
Cquote1.svgDe fato, se não se abreviassem aqueles dias, nenhuma carne seria salva; mas, por causa dos escolhidos, aqueles dias serão abreviadosCquote2.svg
Evangelho segundo Mateus, 24:22
Cquote1.svgMas, quem tiver perseverado até o fim é o que será salvo.Cquote2.svg
— Evangelho segundo Mateus, 24:13
Cquote1.svgEle me disse: Estes são os que saem da grande tribulação, e lavaram as suas vestes compridas e as embranqueceram no sangue do Cordeiro.Cquote2.svg
Apocalipse, 7:14
Observação: A descrição dada a seguir é uma das concepções de como seria a grande tribulação, sendo necessário, para maior esclarecimento do assunto, a leitura da Bíblia.

Controvérsias[editar | editar código-fonte]

O conceito da grande tribulação pode ter algumas variações, dependendo da interpretação dada ao texto bíblico. Alguns, por exemplo, acreditam que a grande tribulação do capítulo 24 de Mateus se refere à época da destruição do Segundo Templo no ano 70.
Os Protestantes mais radicais acreditam que o Falso Profeta será o Papa da Igreja Católica por causa da ênfase que dá ao Ecumenismo e o anticristo seja o Maitreya do Esoterismo e do budismo que representaria a síntese de todas as manifestações da Divindade na Terra.

Ver também[editar | editar código-fonte]

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

Wikcionário
Wikcionário possui o verbete grande tribulação.

Papa levantará do Caixão - tenebroso

fonte youtube

Cavaleiros do Apocalipse

Cavaleiros do Apocalipse

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Escatologia cristã
Diferenças escatológicas
Apocalypse vasnetsov.jpg
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Os Quatro Cavaleiros são personagens descritos na terceira visão profética do Apóstolo João no livro bíblico de Revelação ou Apocalipse. Os quatro cavaleiros do apocalipse são PesteGuerra,Fome e Morte.

Contexto[editar | editar código-fonte]


Os quatro Cavaleiros do Apocalipse, por Viktor Vasnetsov(1887).
Após contemplar toda a estrutura da organização celestial de Deus, João vê em sua mão direita umrolo (manuscrito enrolado em formato cilíndrico) com sete selos.1 Em seguida Jesus Cristo(descrito como o Leão da tribo de Judaa raiz de Davium cordeiro em pé, como se tivesse sido morto) tira o rolo da mão direita do sentado no trono.2 Esses cavaleiros começam suacavalgadura por ocasião da abertura do primeiro desses sete selos e a cada selo aberto um cavaleiro aparece no total de quatro.3 Há interpretações que associam esses eventos com os descritos nas visões do profeta Daniel que se iniciam no final das 70 semanas e cavalgam até a Grande tribulação findando no Armagedom.

Simbologia relacionada[editar | editar código-fonte]


Albrecht Dürer - Os Quatro Cavaleiros do Apocalipse.
Como em outros livros de profetas bíblicos como Isaías, Daniel e Ezequiel aspectos da narrativa como local, tempo, quantidade, personagens envolvidos e referências são vistos de forma simbólica e muitas vezes interpretados de maneira relacionada a outras passagens bíblicas e acontecimentos passados ou atuais.
  • O número quatro na simbologia numérica bíblica representa quadrangulação em simetria, universalidade ou totalidade simétrica,4 como em quatro cantos da Terra,quatro ventos. Vemos isso também em outros textos (Apocalipse 4:6; 7:1, 2; 9:14; 20:8; 21:16), provavelmente tornando esses quatro Cavaleiros parte de um único evento relacionado.
  • Cavalos e cavaleiros: Em muitas culturas, o cavalo é símbolo de impetuosidade e impulsividade relacionadas com os desejos humanos, além de ser associado com água e fogo por serem muitas vezes incontroláveis. Também é tido como a relação com o divino servindo de guia de almas, sendo muitas vezes enterrados junto com seus donos. Exprime também vigor e viriliade, por vezes simbolizando a juventude. No contexto histórico, principalmente nos campos de batalha, o cavalo era treinado muitas vezes para matar soldados com suas patas ou sua boca,5 portanto nessa narrativa esses cavalos e seus cavaleiros podem representar (e muitas interpretações os descrevem assim) uma cavalgada (campanha) com toques de guerra trazendo suas consequências por onde passam.
  • As cores dos cavalos dizem muito dos respectivos cavaleiros como:
    • Branco - Pureza, santidade, régio;
    • Vermelho - Sangue, assassinato, guerra;
    • Preto - Obscuridade, peste, maldição;
    • Descorado (verde-água ou baio) - Corpo em decomposição, morte.
  • Seus apetrechos mostram característica a respeito do papel que desempenham ou a consequência de sua cavalgada:
    • Arco e coroa - Símbolo da guerra e do poder;6
    • Espada - Principal arma dos exércitos antigos, usada como símbolo de assassinato;
    • Balança - No contexto denota desigualdade ou injustiça (no caso de alimento);
    • Jarra - Traz a peste dentro.
  • Ordem em que são chamados revela uma sucessão progressiva, pois eles não são chamados ao mesmo tempo, levando muitos a associar essa visão com acontecimentos do início do século 20, chegando à conclusão que o final das "Setenta Semanas" seria 1914, o primeiro cavaleiro Jesus Cristo e os outros cavaleiros sinais de sua presença.(Mateus 24:3, 21)
  • Quem os chama são quatro "criaturas viventes cheias de olhos"7 ou querubins que estão "em volta do trono, em cada um dos seus lados"8 (i.e do trono de Deus). É provavel que não se refira a um número literal, mas representa toda a classe angelical desse grupo, ou dos que desempenham a mesma função. Cada um é desctrito como tendo a cabeça, ou aparência, distinta.9
    • …a primeira (…) semelhante a um leão - O leão é símbolo do poder e da justiça.6 É também associado ao atributo divino da justiça.10 Na visão prófetica de Ezequiel sobre o templo de Deus, ao redor do trono ele também vê quatro querubins com quatro faces, sendo uma dessas face de leão.11
    • …segunda (…) semelhante a um novilho (ou um touro) - Símbolo de força,6 também representado como um atributo divino,12 e uma das faces dos querubins vistos por Ezequiel.13
    • …terceira (…) tem rosto semelhante ao de homem - O homem dentre as criações é o únicosemelhante a Deus,14 e capaz de amar ou de imitar essa qualidade inerente dele.15
    • …quarta (…) semelhante a uma águia voando - Dentre outras atribuições a águia é bastante conhecida por sua excelente visão16 ou como símbolo de sabedoria, perspicácia ou discernimento.6 Também é símbolo da sabedoria divina e uma das faces dos querubins vistos por Ezequiel.
Como um todo esses querubins podem representar a ação ou manifestação conjunta (ou completa) dos atributos principais de Deus, tanto que são eles que chamam os quatro cavaleiros.
  • Sete selos (ou sinete) e o rolo - o selo era usado como sinal de autenticidade ou garantia a privacidade do documento levando uma marca.17 O número sete é considerado um número sagrado e representa inteireza6e o rolo (ou livro) era usado como símbolo de decreto, pronunciação ou onde estão anotados6 o conjunto desses símbolos denotam que esse rolo contém uma pronunciação inteiramente autêntica de acordo com seu contexto bíblico.

Características individuais[editar | editar código-fonte]

Peste[editar | editar código-fonte]

Fl- 108v Apocalypse do Lorvão, Os Quatro Cavalleiros.jpg
Diz a Bíblia que ele é o mais Seguido de todos, o que remete a Zacarias 10:3-5, onde o profeta reúne seu "rebanho" e segue após ser "coroado", travando batalhas contra seus inimigos(pregando). Este cavaleiro faz pensar nos partos ("Feras da terra"), cuja arma característica era o arco, terror do mundo romano no século I (cf. Dt 7,22; Jr 15,2-4 e 50,17; Ez 34,28 e 9, 13-21)[carece de fontes]
Cquote1.svgE eu vi, e eis um cavalo branco; e o que estava sentado nele tinha um arco; e foi-lhe dada uma coroa, e ele saiu vencendo e para completar a sua vitória.Cquote2.svg
Apocalipse 6:2
Observação: A palavra "arco" pode significar (em lugar do "arco-e-flecha" representado na figura acima) um arco da morte, fenômeno de muita representatividade simbólica, também associado por seitas pagãs, segundo estudiosos, à figura do Anticristo. O arco-íris, nessa esteira, representaria a ligação da mente do homem com as forças cósmicas - as quais, de acordo com a Bíblia (Efésios 6:12), seriam "forças espirituais da maldade"18 .

Guerra[editar | editar código-fonte]

O Cavaleiro do Cavalo Vermelho, que tem uma Grande Espada, símbolo das guerras sangrentas. Acredita-se que o mesmo representa os flagelos, os meios pelos quais "Deus" castigaria e oprimiria os adoradores da besta e do falso profeta.
Cquote1.svgE saiu outro, um cavalo cor de fogo; e ao que estava sentado nele foi concedido tirar da terra a paz, para que se matassem uns aos outros; e foi-lhe dada uma grande espada.Cquote2.svg
Apocalipse 6:4

Fome[editar | editar código-fonte]

O Cavaleiro do Cavalo Negro, carrega consigo uma Balança e traz com isso, segundo uns, a justiça (proteção aos justos), segundo outros (a maioria dos estudiosos) o colapso econômico e a fome, pois a balança seria símbolo dos alimentos racionados e dos preços exorbitantes.
Cquote1.svgE eu vi, e eis um cavalo preto; e o que estava sentado nele tinha uma balança na mão. E eu ouvi uma voz como que no meio das quatro criaturas viventes dizer: "Um litro de trigo por um denário, e três litros de cevada por um denário; e não faças dano ao azeite de oliveira e ao vinho.Cquote2.svg
Apocalipse 6:6
A fim de comparação, é válido destacar que o denário era uma pequena moeda de prata que era a de maior circulação no Império Romano. É geralmente aceito que no fim da República Romana e no início do Principado, o denário correspondia ao salário diário de um trabalhador. Com um denário era possível comprar em torno de 8 quilos de pão.

Morte[editar | editar código-fonte]

O Cavaleiro do Cavalo Baio (amarelo-esverdeado: a cor do cadáver que se decompõe), traz consigo a morte, a privação do plano terrestre, sendo ele o último cavaleiro.
A tradição popular perpetuou a ideia de que este último animal seria uma égua esquálida e não um cavalo. A citação do Inferno que a acompanha é, tradicionalmente, representada pelo Leviatã a engolir as vítimas, destinadas à morte eterna.
Cquote1.svgEntão ouvi a quarta Criatura:"Venha" e apareceu um cavalo baio,o nome do cavaleiro era Morte e o Inferno o seguia de perto.Cquote2.svg
Apocalipse-6:7

Os cavaleiros e suas cavalgaduras[editar | editar código-fonte]

Os cavaleiros e seus cavalos, tal qual são descritos na Bíblia:
Cor do CavaloSimbolismo da corCavaleiroPoderSimbolismo do CavaleiroDescrição original grega
Branco/cinzaFalsa inocência/ paz disfarçada.[carece de fontes]Tem um arco (ou um arco-íris), uma coroa e uma máscara.Conquistar.Anticristo, o falso Cristo, a falsa religião.ίππος λευκός (híppos leukós), o Cavalo Branco
VermelhoO sangue derramado no campo de batalha.Porta uma espada.Traz a guerra.Guerra, destruiçãoίππος πυρρός (híppos pyrrós), o flamejante Cavalo vermelho
PretoEscuridão, planícies desertasPorta uma balançaEscassez de alimentosPenúria, fome, trocas injustasίππος μέλας (híppos mélas), o Cavalo Negro
AmareloA cor do cadáver que se decompõePorta um tridente, um alfanje ou umagadanhaDestruir pela guerra, pela fome, pela peste, etc.Morteίππος χλωρός, θάνατος (híppos khlōrós, thánatos), o Cavalo verde pálido, chamado Morte
NB: Mesmo que, muitas vezes, o cavaleiro branco seja interpretado como o Anticristo, o livro do Apocalipse não o nomeia como tal.
NB: O livro do Apocalipse também não faz menção a cor dos cavaleiros e sim dos respectivos cavalos, quando o livro do Apocalipse faz menção a Jesus ele o menciona como tendo barba e cabelos brancos como a neve.

Algumas interpretações[editar | editar código-fonte]

Sendo um livro profético, o Apocalipse usa de linguagem simbólica para representar diferentes fatos. Tal fato não é diferente com relação aos quatro cavaleiros. Tal linguagem simbolica permite grande número de interpretações [2], por diferentes pessoas e diferentes correntes cristãs. Como principais interpretaçõespodem ser consideradas as seguintes, por serem as que tem maior quantidade de adeptos:
  • Visão temporal: Os quatro cavaleiros representariam eventos da época em que a "profecia" teria sido escrita. O primeiro cavaleiro representaria a esperança de derrota dos romanos (e consequentemente o término da perseguição aos cristãos) por povos vindos do oriente, provavelmente os alanos, que eram famosos arqueiros (notar a descrição de Apocalipse 6. 2, que diz "cavaleiro com um arco"). Os demais cavaleiros indicariam a queda dos romanos. (esta interpretação é a que tem menos adeptos religiosos, porém a mais aceita nos meios céticos).
  • Visão futurista: A mais comum entre os cristãos protestantes. Os quatro cavaleiros representariam os quatro primeiros eventos do "fim do mundo". O primeiro seria um grande líder que conquistaria grande poder e autoridade (motivo pelo qual muitos o identificam como o AntiCristo), o segundo significaria uma "guerra mundial" entre o homem representado pelo primeiro cavaleiro e aqueles que não aceitariam a sua dominação, o terceiro seria a "fome" ou racionamento de alimentos, causada por estes se tornarem raros com a guerra, e o quarto seria uma grande crise de mortalidade, como uma consequência dos cavaleiros anteriores.
  • Visão interpretativa: Os quatro cavaleiros representariam os períodos históricos da igreja cristã. Onde o primeiro cavaleiro seria o "cristianismo original", que "conquistaria" grande número de seguidores, após isto, os muitos seguidores de Cristo se separariam e começariam a brigar ("guerrear") pelo direito de interpretar os ensinos e as crenças cristãs (muitos consideram como o período dos primeiros Concílios), o terceiro cavaleiro representaria a "fome pela Palavra de Deus" (ver Amós 8. 11), ocasionada pelos muitos líderes que ocultariam tal ensino (muitos considerando este período como a época da Idade Média) e o último cavaleiro seria a "morte espiritual", causada pela propagação de falsas doutrinas e religiões que substituiriam o verdadeiro cristianismo (muitos considerando que tal período se iniciaria com a Reforma protestante e seguiria até o "fim dos tempos"), o que levariam as pessoas diretamente para o "inferno" (notar a descrição deste cavaleiro de Apocalipse 6.8 que diz: "e o inferno o seguia").19

Referências

  1. Ir para cima Revelação 5:1,2
  2. Ir para cima Revelação 5:5-9
  3. Ir para cima Revelação 6:1-7:17
  4. Ir para cima Javane, F; Bunker, D. Numerologia e o Triângulo Divino, a (em português). [S.l.]: Pensamento. 113, 117 p. ISBN 85-315-0786-3
  5. Ir para cima Chevitarese, AL; Cornelli, G. Judaismo, Cristianismo e Heleninsmo (em português). [S.l.]: Annablume. 145 p. ISBN 85-7419-714-9
  6. ↑ Ir para:a b c d e f Lexikon, H. Dicionário de símbolos (em português). [S.l.]: Cultrix, 1998. 22, 183, 125, 121, 193, 14 p. ISBN 85-316-0129-0
  7. Ir para cima Revelação 4:6b
  8. Ir para cima Bíblia na Linguagem de Hoje On-line
  9. Ir para cima Revelação 4:7
  10. Ir para cima Oséias 5:14; 11:10; 13:7-9
  11. Ir para cima Ezequiel 10:14
  12. Ir para cima Salmos 62:11; Isaías 40:26
  13. Ir para cima Ezequiel 1:10
  14. Ir para cima Gênesis 1:26
  15. Ir para cima 1 João 4:8
  16. Ir para cima Jó 39:29
  17. Ir para cima Mallalieu, H. História ilustrada das antiguidades (em Português). [S.l.]: Nobel, 1999. 339 p. ISBN 85-213-1049-8
  18. Ir para cima [1]
  19. Ir para cima www.4tons.com/7816.doc

fonte Wikipédia, a enciclopédia livre