Livro A AUTORIDADE DO CRENTE

A AUTORIDADE DO CRENTE


Jimmy Swaggart

Digitalizado por: Karmitta
Revisado por : Levita Digital

Lançamento:




 A AUTORIDADE
DO CRENTE






"E qual a suprema grandeza do seu po­der para com os que cremos, segundo a eficá­cia da força do seu poder; o qual exerceu ele em Cristo, ressuscitando-o dentre os mortos, e fazendo-o sentar à sua direita nos lugares celestiais, acima de todo principado, e potestade, e poder, e domínio, e de todo nome que se possa referir não só no presente século, mas também no vindouro.
"E pôs todas as coisas debaixo dos seus pés e, para ser o cabeça sobre todas as coisas, o deu à igreja, a qual é o seu corpo, a pleni­tude daquele que a tudo enche em todas as coisas" (Efésios 1:19-23).
"Em verdade vos digo que tudo o que ligardes na terra, terá sido ligado no céu, e tudo o que desligardes na terá, terá sido desligado no céu" (Mateus 18:18).













LEMBRO-ME DISTO

Quando eu era menino, ficava impres­sionado quando os santos se levantavam e pediam oração por vários problemas. Men­cionavam indivíduos enfermos e que preci­savam de cura. Pediam que outros orassem por suas necessidades respectivas. Pedia-se que todos concordassem com as respostas às suas necessidades e orassem, em conjunto, por elas.
Comecei a ir à Escola Dominical com idade muito tenra. Comecei a ler a Bíblia e a estudar a Palavra de Deus quando tinha oito anos de idade. Foi-me dito então que Deus sabia tudo e que podia fazer tudo. Cri nisso naquela época e ainda creio.
Quando criança eu indagava: Se Deus sabe tudo e pode fazer tudo, por que os crentes têm de pedir que outros orem por suas necessidades específicas?
Por que Deus não soluciona o problema sem que o peçamos? Ele sabe o que deve ser feito.
Talvez esta seja uma pergunta que você tenha feito a si mesmo. E algo que espero poder resolver nesta mensagem, e também responder a muitas questões concernentes ao relacionamento de Deus com a raça hu­mana.


ANOS ATRÁS EM DETROIT
Em 1968, Francês e eu realizamos uma cruzada de oito semanas no Tabernáculo Brightmoor, em Detroit, no Estado de Michigan. O Tabernáculo naquela ocasião era pastoreado por Bond Bowman. Era, e ainda é, uma grande igreja. Deus moveu-se por meios miraculosos durante nossas reuniões e jamais me esquecerei do que aconteceu. No final da reunião, o irmão Bowman disse-me que durante aquelas oito sema­nas, trinta e cinco famílias haviam-se unido à igreja e noventa pessoas haviam sido ba­tizadas com água. As ofertas da igreja aumentaram em muitas centenas de dólares todas as semanas. Foi uma época tremenda de refrigério espiritual.
Durante o período de reuniões, eu ia à igreja de manhã e de tarde para orar e pre­parar-me para o culto da noite. Embora houvessem duas estações de rádio cristãs FM na cidade, eu possuía apenas um rádio AM no carro. Em conseqüência disso, come­cei a ouvir um programa que prendeu-me a atenção.
O jovem apresentador do programa era um tanto contra Deus. Algo aconteceu certo dia que me deixou chocado. Certa mulher telefonou para a estação e mencionou Deus. Isto fez que o apresentador se irrompes­se em gritaria. Ele gritou no microfone:
— Se Deus existe, por que permite ele a continuação da guerra do Vietnã, matando milhares de pessoas?
Por que Deus permite os desastres de carro e de avião?
Por que Deus permite que criancinhas morram de leucemia?
E não era só isso o que ele tinha a dizer.
— Os crentes podem falar da grandeza e do poder de Deus, mas se ele é realmente tão poderoso assim, por que não elimina ele todos os problemas que afetam o mundo?
Por mais que eu deplorasse a maneira pela qual este jovem mal orientado dava va­zão a suas emoções, tive de admitir que sua pergunta era válida. Você já fez a si mesmo estas perguntas? Você já ficou a imaginar por que Deus não soluciona os muitos pro­blemas que tão desesperadamente exigem atenção? Estou certo de que o leitor já pas­sou por essa experiência. E a esta pergunta que espero responder nesta mensagem. E para que possa fazê-lo, devemos voltar ao princípio do mundo.



ADÃO E EVA

Diz o primeiro capítulo do Gênesis: "No princípio criou Deus os céus e a terra." Não sabemos exatamente quando isto ocorreu porque há espaço de tempo indeterminado entre o primeiro e o segundo versículos. Mas sabemos que Deus gastou seis dias re­novando a terra e trazendo-a de volta à sua condição de beleza e habitação. No sexto dia ele criou o homem. Creio que o homem foi a realização mais alta de toda a criação de Deus.
Deus disse, em Gênesis 1:26, que o ho­mem foi feito segundo "à nossa imagem, conforme a nossa semelhança". Estas duas palavras, "imagem" e "semelhança", têm significação muito maior do que podemos compreender. O homem foi feito segundo Deus em qualidade. Não compreenda mal. O homem jamais foi nem jamais será Deus. O ensino que tem alcançado certa proeminência entre algumas seitas de que o ho­mem, com o tempo, chegará à posição de ser Deus, é totalmente errôneo e não tem fun­damento bíblico. Embora o homem possua muitas qualidades semelhantes às de Deus, ele sempre será sujeito ao nosso Pai Celes­tial.


O HOMEM POSSUI A VONTADE
O fator mais admirável da criação do homem é a vontade. Em outras palavras, Deus permitiu que o homem tivesse sua própria vontade. Isto tem grande importân­cia no lidar de Deus com o homem e no lidar do homem com Deus.
Separa o homem dos outros animais. Se­para o homem da criação divina como um todo. O homem tem o poder do livre-arbítrio. Ele pode escolher servir a Deus ou rebelar-se contra ele. Ele pode escolher amar a Deus ou odiá-lo. Pode escolher amaldiçoá-lo ou louvá-lo. O homem tem esta escolha. E a qualidade singular do homem e que o se­para de tudo o mais.


ALGO MAIS DEVE SER DITO
Há outro ponto que deve ser apresen­tado. Ensina-se a evolução em muitas de nossas escolas públicas. Porém o oposto da evolução é que é verdade. O homem não tem melhorado gradativamente através dos sé­culos. Com efeito, o homem tem dege­nerado.
Quando Deus criou Adão, ele não estava sujeito a Satanás, não havia experimentado a queda e tinha uma inteligência que ultra­passava de muito a tudo o que se pode ima­ginar hoje. Por exemplo, Adão deu nome a todos os animais da terra, a todas as aves do céu a todos os peixes do mar. Em si mesmo, este é um fato impressionante. E, porém, muito mais impressionante do que parece à primeira vista. Nestes nomes encontram-se incorporadas todas as características de cada animal. Em outras palavras, Adão ti­nha de conhecer tudo a respeito de cada animal, ave e peixe. Ele tinha domínio até mesmo sobre os céus que estão acima da terra.
De modo que ao criar a Adão, Deus fez dele o exemplo supremo de conhecimento divino no homem. Mas olhe para o homem hoje em seu estado decaído. Olhe com pie­dade para o bêbado miserável caído na sar­jeta. Clame pela prostituta que se envelhe­ce antes do tempo. Lamente pelo viciado em drogas que desperdiça sua vida em miséria. Parece que a mais alta criatura de Deus não conseguiu atingir muito.
O motivo disto? O homem sofreu uma queda muito grande, e Satanás tornou-se o senhor desta terra. Mas a fim de compreen­der totalmente este conceito, devemos, ou­tra vez, voltar ao primeiro capítulo da Bí­blia.


DOMÍNIO

O versículo a que já nos referimos (Gê­nesis 1:26), diz: ". . . tenha ele domínio sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus, sobre os animais domésticos, sobre toda a terra e sobre todos os répteis que rastejam pela terra."

Primeiramente, como refutação aos "evolucionistas", Deus não teria dado o do­mínio de seu lindo planeta a um primata semi-humano. Ele o confiou a um gênio. Deu-o à sua mais alta criatura — o homem.
Na palavra "domínio" encontra-se a raiz "dominar". Domínio realmente não signi­fica ser dono, pois Deus retém o senhorio da terra. Mas o homem em essência, a contro­lava. Ele a regia, e, para todos os propósitos, a terra era sua. Adão podia fazer o que qui­sesse com a terra. Deus deixou isto bem claro. Aí entra Satanás.


UM MUNDO SEM PECADOS
Antes de Satanás entrar no palco, o pla­neta Terra era um mundo sem pecados. Era um mundo sem julgamento, doenças, nem cativeiros. Não havia nenhum indício de pesar ou dor. A morte e a guerra não exis­tiam. O mundo era governado em amor, honestidade, sinceridade e integridade sob a direção de Deus. Este era o ambiente de Deus. E por ser assim, Deus descia e falava com Adão pela viração do dia (Gêne­sis 3:8).




Deus disse a Adão que podia comer de qualquer árvore do jardim, com exceção da árvore do conhecimento do bem e do mal. Disse ele: "porque no dia em que dela co­nteres, certamente morrerás" (Gênesis 2:17). Adão e Eva, porém, comeram do fruto dessa árvore e morreram.
Não morreram imediatamente no sen­tido físico. Isso demorou um pouco a chegar, mas sofreram a separação imediata de Deus, que era a "morte" de que Deus falava. Com o tempo, sua desobediência traria to­dos os tipos de morte para o mundo.


ADÃO DEU O MUNDO PARA SATANÁS
Em essência, o que Adão fez foi isto: ele trocou de senhores. Deus Pai, em toda a sua bondade, misericórdia, compaixão, humil­dade e mansidão, já não era Deus deste mundo. Agora Satanás tornar-se-ia deus desta terra. Adão tinha todo o direito de fazer o que fez. O mundo era seu por manda­mento de Deus e ele tinha domínio sobre o mundo. Se ele seguisse as ordens de Deus. o mundo seria um paraíso para sempre. Mas, se ele desobedecesse a Deus — o que ele fez — Satanás tornar-se-ia _o senhor da terra.
Alguém poderá perguntar: "Por que Adão fez uma coisa dessas? Por que Deus não o impediu?"
Este não é o assunto de minha mensa­gem. Deus tinha razões para permitir que Adão fizesse isto. Mas quanto ao por quê Adão o fez, devo confessar que não sei. A única maneira pela qual eu poderia respon­der a essa pergunta seria com outra per­gunta. Por que muita gente faz as coisas que fazem? Por que o bêbado bebe até ficar insensível, sabendo que a bebida causa in­contável dor e destruição? Por que o viciado em drogas enfia uma agulha na veia, sa­bendo que tal coisa causará a morte? Por que alguns dos que lêem este livrete hoje continuam a rebelar-se contra Deus? A lista é infindável.
Como já disse, o homem tem o poder de escolha. Ele pode tomar qualquer decisão que desejar, embora ela possa prejudicá-lo e aos que estão ao seu redor. Foi isso o que Adão fez. Ele tinha o direito de tomar a decisão que tomou, embora fosse uma deci­são que haveria de trazer caos completo. Ele trocou o mundo, e tudo o que nele se encon­trava, pelo conhecimento do bem e do mal. Foi a troca mais cara já realizada. Entre­tanto, milhões de pessoas fazem a mesma troca hoje. Estão trocando sua alma eterna (que jamais morrerá) por bugigangas, ba­gatelas e aparelhos deste mundo. Na ver­dade, tais coisas não têm valor algum (2 Coríntios 4:18).


O QUADRO MUDOU
Assim, percebe você, o quadro todo mu­dou. Deus já não dirige o destino do mundo. Satanás tornou-se o deus deste mundo, o príncipe das potestades do ar. Embora o mundo propriamente dito pertença a Deus, o sistema mundano pertence a Satanás.
E aqui que entra o problema, e é este o fato importante que deve ser lembrado. O mal,os problemas, as dificuldades, a impiedade, o sofrimento, o pesar, a morte, a destruição, as guerras, as maldições, as profanidades  e as doenças do mundo hoje não são causadas pelo Deus Todo-Poderoso. Jesus disse, em João 10:10: "O ladrão vem so­mente para roubar, matar, e destruir". Por­tanto, todas as dores e dificuldades do mundo são causadas por Satanás. Ele tem o direito legal de fazer o que está fazendo. Ele é o autor da doença, da guerra, da destrui­ção e de todas as coisas parecidas com estas. Conseqüentemente, uma vez que Adão en­tregou o domínio a Satanás (o qual Deus lhe havia dado), este pode agora usar legal­mente seu domínio, como o deus deste mundo, para trazer a morte e a destruição. Muita gente pergunta: Por que Deus não desce e pára tudo isso? E simples: Deus não o pode fazer. Na ordem legal dos aconte­cimentos, Deus era dono dos sistemas do mundo, mas em Gênesis 1:26 ele os entre­gou a Adão. Adão, por sua vez, por intermé­dio da quebra das leis de Deus (cedendo às sugestões de Satanás e comendo da árvore do conhecimento do bem e do mal), deu este domínio a Satanás. De modo que Satanás tem o direito legal de fazer o que está fa­zendo. Mas, graças a Deus, Jesus veio a fim  de desfazer o domínio de Satanás e em breve o destruirá por completo.


A HISTÓRIA DA REDENÇÃO
A história da queda do homem e de sua redenção providenciada por Deus mediante seu Filho Jesus Cristo, é a maior história jamais escrita. Jesus desceu a este mundo e despiu-se de sua divindade. Ele jamais dei­xou de ser Deus, mas ao mesmo tempo fez-se homem e morreu pelos pecados dos homens. Isto satisfez às cortes de justiça do céu. E decantado em milhares de canções. E pro­clamado de púlpitos incontáveis. E gritado em inumeráveis sermões.
Ao morrer no Calvário e ao ressuscitar dos mortos, Jesus comprou de volta, com seu próprio sangue, o domínio e autoridade que antes foram dados a Satanás. Em es­sência, o poder de Satanás foi desfeito. Ele ainda é o deus deste mundo, mas não tem a autoridade que uma vez possuiu. Agora o homem pode ser liberto, e não tem de viver sob o domínio de Satanás. Verdadeira­mente, em Mateus 28:18, Jesus disse: "Todo a autoridade me foi dada no céu e na terra."



Isto quer dizer exatamente o que diz. Desde o sacrifício de Cristo, a autoridade de Satanás não passa de um pseudo poder rou­bado ao filho de Deus ou à humanidade em geral. Em outras palavras, onde uma vez o homem era conservado cativo por Satanás e pouca escolha tinha no assunto, agora ele, mediante a morte e a ressurreição do Se­nhor Jesus Cristo, tem uma opção. Ele não tem de sofrer a servidão de Satanás, mas  pode ser liberto pelo grande poder de Deus.   
O Senhor Jesus ganhou este grande poder e então — milagre dos milagres — voltando-se, entregou o poder e a autoridade a seus filhos que se encontram no mundo.  "E tudo quanto pedirdes em oração, crendo, recebereis" (Mateus 21:23).
"Por isso vos digo que tudo quanto em oração pedirdes, crede que recebestes, e será assim convosco" (Marcos 11:24).
"Se permanecerdes em mim e as minhas palavras permanecerem em vós, pedireis o que quiserdes, e vos será feito" (João 15:7).
"Se me pedirdes alguma coisa em meu nome, eu o farei" (João 14:14).


NOTEMOS A REFERÊNCIA PESSOAL
Em cada uma destas passagens, Jesus dirige a autoridade para o pronome vós. Em outras palavras, ele disse que tudo o que vós pedirdes; tudo o que vós permitirdes; tudo o que vós ligardes tudo o que vós desejardes. E este o ponto crucial. Jesus deu a autori­dade que ele comprou e pagou na Calvário a seu corpo, a igreja.






O filho de Deus tem poderes vastos, mas, com muita freqüência, não percebe que os possui. A maioria dos crentes vive .muita abaixo do potencial de seus privilégios es­pirituais. Andam em ignorância e não com­preendem a razão por que catástrofes alas­tram-se ao seu redor. Aceitam o que Satanás lhes dá, pensando ser sua "sina". Não sabem que podem ter vitória e poder nas áreas física, mental, espiritual, doméstica e psicológica. Como? Mediante o poder do Se­nhor Jesus Cristo!
Jesus deu sua autoridade a seus filhos. Efésios 1:22, 23, diz: "E pôs todas as coisas debaixo dos seus pés e, para ser o cabeça sobre todas as coisas, o deu à igreja, a qual é o seu corpo, a plenitude daquele que a tudo enche em todas as coisas." Esta é uma afir­mativa simples. Jesus Cristo é o cabeça da igreja. A igreja é o seu corpo. Faço-lhe uma pergunta. Onde se encontram os pés? É cla­ro, todos diriam que os pés fazem parte do corpo. Isto indica claramente que todas as coisas foram postas debaixo dos pés da igre­ja: você e eu.
Nesta passagem o Senhor nos diz que todo problema que encontramos está debai­xo de seus pés. Mediante Jesus Cristo ternos a vitória sobre esse problema.
Ora, Satanás procurará contar-lhe ou­tra história. Mas o fato é que o problema está debaixo de seus pés. Pode ser que você não o sinta nem aja de acordo. Pode ser que você não fale a esse respeito. Más o Espírito "Santo, por meio do apóstolo Paulo, afirma que isto é um fato! E isso é suficiente para "mim.
— Louvado seja Deus, a vitória é minha! No dia em que fiquei sabendo que possuía essa autoridade, minha mente quase explo­diu e houve mudanças em minha experiên­cia cristã. Jimmy Swaggart já não podia.ser empurrado pelo diabo. Satanás era um inimigo derrotado. Eu possuía, mediante Jesus Cristo, o grande poder que pode controlar acontecimentos! Este é um assunto que Satanás não deseja que o filho de Deus ouça nem compreenda. Ele quer conservar-nos em ignorância.
No instante em que começamos a com­preender a autoridade do crente, o domínio de Satanás começa a desfazer-se. Ele já não, terá poder sobre nosso coração e a vida, ou sobre nosso lar e negócio. Ele será um ad­versário derrotado e já não pode fazer as coisas que antes fazia.
Mas é triste dizer, a maioria dos crentes não sabe nem compreende seu lugar e posi­ção. Oro para que todos os que lêem esta mensagem permitam que a luz lhes encha o coração e vida. Oro para que você use o poder que Deus lhe deu.


O QUE É AUTORIDADE?
Autoridade é poder delegado! Anos atrás, antes de começarmos a ir de avião para nossas cruzadas, íamos de carro de reunião em reunião. Em certa viagem tive­mos de passar pela cidade de São Luís, no Estado de Missouri. Não me lembro por que saímos da rodovia federal e embocamos por uma rua da cidade, mas lembro-me de parar num sinaleiro.
O trânsito era intenso. Um policial diri­gia a coisa toda. Ele usava, como a maioria dos policiais, luvas brancas, botas de couro, tinha uma pistola de lado, e assim por diante. E, com a mão erguida, dirigia o trânsito.




Vinha diretamente ao meu encontro uma enorme jamanta. O policial ergueu a mão enluvada e a jamanta parou chiando os freios. Fiquei sentado no carro esperando que ele nos mandasse partir. Eu podia ouvir o motorista da enorme carreta tocando o acelerador e seu gigantesco motor diesel rugindo. Eu sabia que o motorista estava com o pé no freio.
 Imagine, à guisa de ilustração, que o motorista daquele caminhão enorme não respeitasse guardas de trânsito. Se tirasse o pé do freio o guarda não poderia pará-lo nem atrasar seu progresso por um segundo sequer. Fisicamente, ele não poderia fazer nada. A carreta gigantesca era muito maior que o policial. Mas o homem da jamanta não ousou fazer tal coisa.
Se ele até mesmo teve um pensamento a respeito disso, ele não o pôs em execução. Ele sabia que por trás daquele guarda encontravam-se todos os outros policiais da cidade de São Luís. Se isso não fosse sufi­ciente, eles podiam pedir a ajuda da Guarda Nacional. E se isso ainda não fosse sufi­ciente, podiam chamar o Exército, a Mari­nha e a Força Aérea.
É a isto que chamamos de poder dele­gado. Quando o Deus Todo-poderoso salva nossa alma, ele não nos esconde como um ermitão em alguma caverna reclusa. Ele nos coloca bem no meio das encruzilhadas da vida. Satanás vem rugindo em nossa direção, como um leão procurando a quem devorar. Parece que ele vai engolir-nos. (E, é triste dizer, muitos crentes abaixam a ca­beça e correm.) Fogem apavorados e derro­tados. Mas graças a Deus pelos que permanecem  firmes.
Se você levantar a mão, e, no nome de Jesus, resistir ao diabo e ordenar que ele pare, ele tem de parar. E isso que a Bíblia diz.



Ora, há muitas razões pelas quais ele pára. Uma das principais porém, é esta: ele sabe que por trás de você estão todos os santos anjos. Ele sabe que dentro de você encontra-se o Espírito Santo. Ele sabe que por trás do Espírito Santo está o Senhor Jesus Cristo e por trás do Senhor Jesus Cristo encontra-se Deus Pai.
Ele não se atreve enfrentar tal poder. Isto é autoridade! Esta é a autoridade que você possui como filho de Deus.
Assim, quando você se encontrar nas encruzilhadas da vida, e Satanás vier con­tra você com todos os tipos de problemas que consegue colocar em seu caminho não corra. Não se dobre em derrota Erga a mão e no nome do Senhor Jesus Cristo, ordene que Satanás pare!O Senhor Jesus Cristo prome­teu: "Tudo o que ligardes na terra, terá sido ligado no céu, e tudo o que desligardes na terra, terá sido desligado no céu."
Assim, você percebe, os problemas deste mundo são causados por Satanás. E com tristeza que digo que os crentes permitem que eles aconteçam. Não estou dizendo que cada incidente pequeno seja causado pelo fracasso do filho de Deus em exercer sua autoridade no Senhor Jesus Cristo. Mas muitas coisas o são!
E claro que o crente não pode evitar que a pessoa não-salva erre. O crente não pode forçar o pecador a entregar o coração a Jesus ou a andar de maneira digna. Ele não tem autoridade sobre indivíduos. (Chegare­mos a este ponto em um instante.) Mas ele tem autoridade sobre os espíritos deste mundo!



UMA EXPERIÊNCIA PESSOAL
Anos atrás fiz um pedido ao Departa­mento Federal de Comunicações para a compra de uma estação de rádio na cidade de Baton Rouge. Nossa cidade não possuía uma estação de rádio que transmitisse al­gum tipo de mensagem evangélica. Toda vez que ligávamos o rádio, ouvíamos mú­sica rock, pop ou algo dessa natureza. Meu coração ansiava por uma estação evangéli­ca na cidade de Baton Rouge.
Ouvi falar de uma estação que havia declarado falência. Um amigo meu disse-me que eu poderia adquiri-la. Fizemos as devidas inscrições e então fui com meu ad­vogado até Washington D.O para tentar persuadir os diretores do Departamento de Comunicações a permitir-nos comprar a es­tação.
O chefe do Departamento nessa época interrompeu suas férias e voltou a Washington para dizer-nos que não poderí­amos comprar a estação de rádio. Ela ia ser colocada em leilão e todos os que desejassem poderiam inscrever-se. Talvez levasse de oi­to a dez anos para uma resolução na justiça.
Ora, teria sido muito fácil para mim de­sistir. De que adiantavam meus esforços? Parecia sem esperanças. Até meu advogado disse que era uma situação sem esperanças. Era uma luta que não podíamos vencer.
Lembro-me de ir à presença de Deus com o problema da estação de rádio. Orei, com as seguintes palavras: "Senhor, talvez não seja da tua vontade que possuamos esta estação, de modo que direi apenas: 'Dá-nos esta estação de rádio, se for da tua von­tade.”
No momento em que disse isso, o Espíri­to Santo testemunhou que eu estava erra­do. Minha oração parecia muito santa, mui­to humilde. E o que muitos crentes dizem, e o que deve ser dito em algumas circunstân­cias. Mas desta vez estava errada! O Espíri­to de Deus falou-me ao coração.
Disse ele: "Filho, não seria minha von­tade ter uma estação de rádio que transmita o Evangelho? Ela traria bênçãos às pessoas, em vez da música rock e os tipos de música que agora são transmitidos." Certa­mente que isto era óbvio.
Eu disse: "Senhor, certamente esta seria a tua vontade."
O Senhor disse-me que imediatamente pedisse perdão por ter feito uma afirmativa como aquela, e então rapidamente começas­se a confessar que a estação ia ser minha. Se eu não começasse imediatamente, perdería­mos a estação.
Não consigo explicar tudo o que se pas­sou. Posso apenas relatar o que aconteceu. Fiquei parado, aturdido. E uma experiência de que jamais vou-me esquecer. Posso levar o leitor para o exato lugar em que me encon­trava no meu quarto de oração. Lembro-me do sentimento fundo que me sobreveio ao espírito quando comecei a orar: "Senhor, dá-nos a estação porque é da tua vontade."
Você percebe, eu estivera exercendo certa medida de autoridade sobre Satanás, mas a autoridade estava começando a en­fraquecer-se. Naturalmente que Satanás estava levando vantagem disso. No mo­mento em que pedi ao Senhor que perdoasse o que eu havia dito, e comecei a agradecer-lhe a estação, a fé inundou o meu coração. Fiquei sabendo que estava de volta no cami­nho certo.
Eu disse: "Senhor, a estação é minha! Posso ouvir a música evangélica tocando nela agora. Posso ouvir a pregação da Palavra."
Não apareceu nenhum telegrama de re­pente dizendo que a estação era minha. Mas, em meu espírito, pela fé. Chamei o que não era, um fato realizado. E sabia que a possuía.
Nesse mesmo encontro com Deus, lem­bro-me de ter caído de joelhos, soluçando incontrolavelmente. O Espírito de Deus es­tava sobre mim. Eu disse: "Senhor, tentei tudo o que eu sabia. Fomos a Washington D.C. Pedimos a ajuda de alguns políticos mais influentes do país. Mas o Departa­mento de Comunicações rejeitou nosso pe­dido dizendo que não podemos conseguir a estação de rádio. Que mais posso fazer?"
Ele me disse: "Filho, seu problema é o seguinte: Quatro diretores do Departa­mento são homens com tendências socialistas. Não se simpatizam com o Evangelho. É este o seu problema.
"Concorde, em oração, com alguém que tem fé como você, que estes homens sejam removidos de sua posição e que venham ou­tros, que apóiem a propagação do Evange­lho de Jesus Cristo pelo rádio para tomar o lugar deles."
Foi isso exatamente o que fiz. Francês e eu concordamos que esses quatro homens, inclusive o Diretor Geral, seriam substituí­dos por homens bons. Ah, é aqui que o filho de Deus deve ficar firme. E por isso que a Bíblia nos diz que primeiro devemos orar pelas pessoas que têm autoridade sobre nós.
Estamos tão acostumados a reclamar da política e dos acontecimentos mundiais, que não percebemos que a reclamação não é a resposta. A resposta é a oração!
Creio que se a igreja do Deus Vivo, que é mais poderosa do que mil companhias Ge­neral Motors, se unisse — em acordo — para crer em Deus para a resolução dos pro­blemas do mundo presente, a maior parte deles seria resolvida.
Creio que o filho de Deus, com o corpo de Cristo, pode controlar a economia, a política, a legislação, e a maior parte das coisas que acontece no mundo hoje. Repito, não estou dizendo que podemos produzir um paraíso utópico. Isto não acontecerá até que Jesus retorne (e, graças a Deus, ele vai vol­tar) .Mas muitos dos problemas, mediante a au­toridade que Jesus Cristo nos deu podem  ser controlados! Se tão-somente concordarmos sobre o que pedir e exercermos a autori­dade sobre Satanás, podemos ter a vitoria!


AH, TENHO DE GRITAR!
Dentro de quatro meses, os quatro dire­tores do Departamento de Comunicações, inclusive o Diretor Geral, estavam desem­pregados! Não sei explicar o que aconteceu. Alguns dos leitores podem até mesmo não acreditar no que estou dizendo. Mas acon­teceu.
Quase sem exceção, os quatro homens que preencheram os lugares deixados pelos diretores eram crentes, ou pelo menos, ho­mens que se simpatizavam com a apresen­tação do Evangelho de Jesus Cristo. O ho­mem que se tornou Diretor Geral era um crente nascido de novo!
Um deles era pregador do Evangelho. Ele mandou um representante do Departa­mento ao escritório de meu advogado, o qual, colocando alguns papéis sobre a sua  mesa, disse:
— Diga a Jimmy Swaggart que a esta­ção é dele.
Meu advogado disse-me que esta resolu­ção era algo que, até onde ia seu conheci­mento (e ele havia trabalhado muitos anos no serviço de transmissão de rádio e televi­são), jamais havia acontecido antes.
Desde aquele momento, coisas muito melhores têm acontecido no campo da transmissão do Evangelho pelo rádio e tam­bém pela televisão.
Alguns poderiam dizer que isto não pas­sou de uma coincidência. Bem, as pessoas podem dizer o que desejarem. Mas sei que Deus falou-me ao coração, e sei o que acon­teceu. E isso é suficiente para mim.

Alguns podem até mesmo levantar a pergunta: "E você tolo o suficiente para crer que um único crente pode mudar a estru­tura do sistema de transmissão de rádio do governo federal?"
Sim, sou. Não acho, porém, que assuntos de tão grande importância devam ser desa­fiados por capricho. Mas, em certas circuns­tâncias, as coisas podem ser mudadas. Meu confronto com o Departamento de Comuni­cações convenceu-me de que é possível.


ESPÍRITOS MAUS PODEM SER CONTROLADOS PELO FILHO DE DEUS
Aqui, repito, é onde entra a autoridade. No início desta mensagem eu disse que não temos autoridade sobre as pessoas. Se você pensar que, como filho de Deus, pode orar e ordenar que alguém faça alguma coisa, te­nho novas para você. Não funciona!
Lembre-se, no jardim do Éden, até mesmo o Deus Todo-poderoso não forçou Adão a não comer do fruto proibido. Da mesma forma, Deus não forçará o homem a fazer nada no poder de sua oração.
O homem é um agente moral livre. Ele tem de vir de sua própria vontade. De modo que, percebe você, sua autoridade não é so­bre a humanidade. Você não pode mani­pular homens como peças de um jogo de xadrez celestial. Simplesmente não funcio­na dessa maneira.
O Deus Todo-poderoso não opera desse modo. Ele lidará com o homem, impressio­nará o homem, e mover-se-á sobre o ho­mem. Mas ele jamais o forçará a fazer al­guma coisa.



Mas isto não quer dizer que somos impo­tentes. Embora não tenhamos autoridade sobre a humanidade, como crentes, temos autoridade sobre os espíritos das trevas. O fato é que os problemas do mundo são cau­sados por espíritos malignos sob a autori­dade de seu senhor, Satanás. Nações intei­ras são governadas por espíritos malignos. Lares são controlados por espíritos malignos.
Ficamos a imaginar por que as pessoas fazem coisas terríveis e incríveis. É porque espíritos malignos dominam estas pessoas, influenciando-as e dirigindo-as. Não com­preenda mal. Isto não significa que toda pessoa seja "possessa pelo demônio". Na re­alidade, há poucas pessoas que são possuí­das pelo demônio. Creio que todas as pes­soas possessas pelo demônio são ou demen­tes ou insanas a um grau maior ou menor. Mas também creio que toda pessoa não salva é mais ou menos controlada por demônios. Afirmo, novamente, isto não significa possessão demoníaca. Mas, sim, influência demoníaca.
Até mesmo os crentes podem ser in­fluenciados pelos espíritos demoníacos. É por isso que às vezes ocorrem problemas nas igrejas. E por isso que pastores, em vez de lutar contra indivíduos agressivos em suas igrejas, devem antes exercer autoridade so­bre os espíritos malignos que estão por trás das ações desta gente.
Alguns poderão perguntar: "Como pode Satanás compelir os cristãos a fazerem cer­tas coisas?" A resposta é bem simples. E porque muitos crentes têm problemas em suas vidas. Satanás tira vantagem destas dificuldades e causa problemas. Mas o fato permanece: são os espíritos malignos que acarretam o problema. Se o pastor exercer a autoridade sobre estes espíritos e ordenar-lhes que saiam, a maioria dos problemas pode ser resolvida sem confusão alguma. Isto é verdade também, é claro, de muitas outras situações.



PODE-SE FAZER A PERGUNTA
Alguns podem fazer a pergunta: "Irmão Swaggart, suponha que eu exerça autori­dade sobre Satanás no tocante ao problema da bebida de meu marido, ou com respeito ao desvio de meus filhos, e nada aconteça?
Isto pode acontecer. Muita gente leva vidas desregradas porque são dirigidas por Satanás. Bem no íntimo do ser, não desejam esse tipo de vida. Conseqüentemente, quando exercemos a autoridade sobre estas situações, elas desaparecem.
Em outros casos, porém, são as pessoas que desejam fazer o que estão fazendo. Sata­nás apóia-as e as estimula, mas são elas que têm desejos maus em seus corações e esco­lhem o curso que estão seguindo. Se dese­jam continuar como estão, nada há que você, Deus, ou alguém mais, possa fazer.
Sei que alguns crentes podem discordar de minha afirmativa de que não há nada que Deus possa fazer. Mas olhem ao seu redor. Vemos assassinos, déspotas e dita­dores que causam perturbações e pesares indizíveis. Eles não são impedidos. Não acha o leitor que Deus tem desprazer pelas terríveis ações deles? É claro que tem. Ele, porém, não os deterá, porque se desejam viver e agir desta maneira, têm o "direito" de assim fazer. É certo que acabarão no mal. Seu estado final será morte e destruição. Mas enquanto vivem, provocam destruição no mundo.


A CHAVE É VOCÊ
Completamos, assim, o círculo. Adão co­meçou com a autoridade que entregou a Satanás. Jesus Cristo a comprou de volta para nós no Calvário e entregou-a a nós como uma ajuda na realização de sua obra nesta terra. Hoje temos a autoridade. Pode ser que não a estejamos usando, mas a pos­suímos.
Graças a Deus, muitos milhares de cren­tes por todo o mundo estão começando a perceber sua autoridade no Senhor Jesus Cristo. Ele está mudando seus lares, cora­ções e vidas — total e absolutamente.
Mas, por favor, não me interprete mal. Não trabalho sob a ilusão de que podemos viver a ordenar acontecimentos e esperar que eles se realizem. Sei que não podemos fazer que nações se levantem ou caiam. Mas o ponto é que Satanás é um inimigo derro­tado. Se tão-somente reconhecermos nosso lugar e posição, muitas situações podem ser abortadas antes que saiam do controle.
Repito uma vez mais, desejo dar ênfase ao seguinte: o mundo de mal, destruição e pesar não cessará até que Jesus Cristo volte a esta terra. Mas até que chegue esse dia, você e eu podemos usar a autoridade que ele nos deu a fim de ganharmos vitória após vitória em Jesus Cristo.
A chave sou eu e a chave é você — não Deus, não Jesus e não o Espírito Santo. Eles já manifestaram a sua vontade. O Senhor já completou seu plano de glória. Hoje ele está assentado à destra do Pai e sua missão está completa. A tarefa agora é nossa.
O que estamos fazendo a esse respeito? O que vamos fazer acerca dos pagãos que morrem sem Deus? Ficaremos sentados sem fazer nada? Ou creremos em Deus para uma grande vitória ou permitiremos que Satanás nos atropele? Ou tomaremos autori­dade, sobre. ele. e confiaremos que Deus nos dê um triunfo glorioso? Pessoalmente, re­clamo a posição de Josué: "Eu e a minha casa serviremos ao Senhor."



TERMINAREI, DIZENDO O SEGUINTE
Em 1961, Francês, Donnie e eu nos en­contrávamos na Califórnia realizando uma série de conferências. Nessa época Donnie era criança. Lembro-me de que, terminadas as reuniões, demos início à volta para casa. Dirigimos a noite toda e o dia todo, dormi­mos algumas horas na noite seguinte e che­gamos a Baton Rouge no outro dia. Eu es­tava cansado e não era para menos.
Nessa época não possuíamos casa pró­pria. Vivíamos com meu pai, das poucas vezes que nos encontrávamos em Baton Rouge. No momento em que entrei na casa de papai e o cumprimentei, ele me disse que fosse à casa ao lado e orasse por minha irmã.
Quando perguntei ao papai qual era o problema, ele abaixou a cabeça e disse que eu descobriria ao chegar lá. No instante em que entrei na casa deles, percebi que algo estava errado.
Cumprimentaram-me calorosamente, mas certo espírito de depressão dominava o ambiente. Depois de trocarmos algumas palavras  amáveis, perguntei-lhes qual era o problema.
Olhei para Jeanette, minha irmã. Ela pesava pouco mais que 45 quilos. Alquebrada pela dor, ela disse que acabava de ser operada e que outra operação estava mar­cada. Observei-a ir arrastando a perna para o sofá e sentar-se.
Ela havia sofrido um acidente de carro e quase perdera a perna. O médico disse que era provável que ela jamais tocasse o órgão novamente. A perna simplesmente recusa­va-se a dobrar-se.
A tragédia deles não parava aí. Acaba­vam de perder uma filhinha de dois anos, que morreu afogada. Satanás havia feito tudo o que estava em seu poder para des­truir o seu lar e despedaçar-lhes a vida. E!le quase havia tido êxito.

Meu cunhado, um crente dedicado, sus­pirou e deixou-se cair no sofá. Colocou a cabeça entre as mãos e começou a falar. Suas palavras transmitiam tristeza; re­velavam confusão e derrota.
Eu sabia como ele se sentia. Eu havia passado por isso muitas vezes.
Disse ele:
— Jim, não compreendo. Amo a Deus com todo o meu coração. Net (o apelido de minha irmã) e eu temos dado o dízimo de tudo o que ganhamos. Fomos nós que ga­nhamos a maioria dos outros membros da igreja para o Senhor Jesus Cristo.
Ele dizia a verdade. Prosseguiu ele:
— Busco a face de Deus. Não vivo uma vida de egoísmo. Amo a Deus com todo o meu coração. Por que estas coisas estão acontecendo conosco?


ORA, EIS A GRANDE PERGUNTA
Acho que mais crentes têm feito a se­guinte pergunta mais vezes do que qual­quer outra: por que isto aconteceu?
Não me interprete mal. Não tenho as respostas a todos os problemas do mundo. Já vi coisas acontecerem a crentes dedica­dos e consagrados que Jimmy Swaggart não pode explicar. Não acho que sou um gênio. Mas já tive alguma experiência. E isso, por­tanto, que lhe ofereço.
Muitos crentes pensam que, se viverem uma vida santa e consagrada, tal fato lhes trará alguma medida de segurança e proteção. Mas, na realidade, tal não acontece. Pode influenciar, é claro. Mas não é uma questão tanto de nossa consagração. Por mais maravilhosa e útil que a consagração seja, é nosso conhecimento da Palavra e de nosso lugar e posição em Cristo que nos faz vencer. E o permanecer em sua autoridade que produz resultados.
Admito que temos muito que aprender a esse respeito. Sei que tenho. Mas já aprendi um pouco, e agradeço a Deus o que ele me ensinou. Quantos há que, ao ouvir esta mensagem, já fizeram a mesma pergunta: por quê?
O que digo a seguir pode não ser sempre a resposta. Mas foi a resposta neste caso particular. Olhei para meu cunhado. Eu não sabia a resposta. Chorei com eles, sa­bendo que cada palavra que ele havia dito era verdade. Meu coração despedaçava-se de compaixão.
Estive ao lado da sepultura do bebê que recentemente lhes fora roubado. Estive ao lado da cama em que minha irmã se encon­trava deitada, com a perna despedaçada por um motorista embriagado. Eu havia visto operações serem realizadas em seu corpo até que só restava uma casca do que ela fora antes.
Eu havia visto o negócio de meu cunha­do se destroçar. Eles deviam para quase todos os hospitais e médicos da cidade. A mesma pergunta girava em minha mente: por quê?
Antes de sair, fiz uma oração qualquer e ineficaz. Acho que não teve nenhum valor. Tentei consolá-los da melhor maneira que podia, mas minhas respostas não eram me­lhores que as deles.
Saí da casa, confuso demais para perma­necer com eles. Entrei no carro. Apertei a cabeça contra o volante e comecei a chorar. Fiz ao Senhor a mesma pergunta que meu cunhado havia feito.
"Por que tudo isto está acontecendo?" No final de uma longa série de pergun­tas na presença de Deus, fiz mais uma: "Se­nhor, quando é que vais fazer algo a respei­to disto?"
Creio, com todo o coração, que naquele momento Deus falou comigo.
"Filho", disse ele, "não é uma questão de quando eu vou fazer algo a respeito disto, mas sim, quando é que você vai fazer algo a esse respeito?"
Quando estas palavras explodiram em minha mente foi como se uma luz muito forte houvesse sido ligada em quarto es­curo. Compreendi!
Isto aconteceu muito tempo atrás mas lembro-me com clareza do que se passou. Quase arranquei a porta do carro ao abri-la. Pulei para fora e entrei correndo na casa.
Se me lembro corretamente, eu gritava ordenando-lhes que se levantassem. En­quanto tomava fôlego, disse-lhes que já era hora de parar de curvar-se ao inimigo. Eram filhos do Deus Altíssimo e que de­viam andar de cabeça erguida!
— Deus os ama —, gritei. — Não foi Deus quem lhes trouxe estas maldições; foi Satanás! Já é hora de repreendermos os poderes das trevas, afastando-os do seu negó­cio, do corpo de Jeanette, de sua saúde e de cada fase e faceta de seu lar.
No instante em que eu disse estas pala­vras, parece que a fé atingiu a sala como o punho de um gladiador. Começaram a chorar. Desta vez, porém, não era um choro de derrota, mas o clamor da vitória.
Ergueram os braços para cima e come­çaram a louvar ao Senhor. O poder de Deus encheu a sala e eles começaram a marchar pela casa louvando ao Senhor.
O leitor percebe, não havia nada que Deus podia fazer até que tomássemos a ini­ciativa. Quando o filho de Deus há de perce­ber este fato? Ficamos sentados torcendo as mãos e o diabo nos domina a seu bel-prazer. Até que usemos nossa fé e nos levantemos contra Satanás e exerçamos a autoridade. Sobre ele mediante o sangue de Jesus Cristo, continuaremos a ter problemas.. Mas no momento em que usamos a autoridade que Deus nos deu, podemos alcançar grande vitória.
Não, não aconteceu imediatamente. Foi preciso um processo de melhoramento. Mas daquele instante em diante, começaram a trilhar a estrada da vitória.
Eu podia dizer muito acerca da vida deles. Mas seja suficiente dizer que Deus lhes deu um lindo lar, restaurou a saúde de minha irmã e deu a meu cunhado um negó­cio novo e de êxito. Hoje eles têm uma linda família e dirigem uma igreja em Baton Rouge.
Satanás, porém, havia decidido matar minha irmã. Ele odeia todos os filhos de Deus.
Já o disse antes e o direi novamente: Satanás mata, rouba e destrói. Mas Jesus disse: "Eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância."
Dou ênfase novamente. Não vão pensar que eu disse que podemos usar alguma palavra mágica ou encantamento e auto­maticamente sermos transportados para um lugar utópico. Ainda estamos vivendo em um mundo de pecado e iniqüidade. Sata­nás ainda é o príncipe das potestades do ar e o deus deste mundo. Há miséria e pesar ao nosso redor. A Palavra diz que não devemos achar estranho quando dardos inflamados do maligno são atirados em nossa direção.
Mas o ponto que deve ser ressaltado aqui é: em muitos dos casos nos quais Sata­nás nos atropela, podemos ter vitória se usarmos a autoridade que Deus nos deu. Em muitos problemas que infestam nossa nação, se tão-somente os filhos do Deus Todo-poderoso se unissem e concordassem em oração, coisas tremendas poderiam aconte­cer. Acontecimentos mundiais poderiam ser mudados . A vitória é nossa — no Senhor Jesus Cristo.

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